Eu gosto de borboletas. De toda a simbologia que esse inseto representa.Um dia lagarta, rastejando e ocultas nas folhas e flores. Insignificante e indesejadas na maioria dos jardins. Que um dia, se enovelam em si mesmas e após um longo repouso, desnudam-se em um doloroso processo, abrem asas e cores e alçam vôos indescritíveis, suas asas refletindo as cores do arco-íris.
Sempre me senti lagarta. Presa no chão, gostando de me ocultar nas folhagens. Ser invisivel é um sonho de consumo, dizia. Capaz de me desnudar nas palavras, mas tímida, preferia-me oculta na tela.
Mas, há algum tempo, essa lagarta aqui, começou a se enxergar, através não de seu olhar, mas de outros e outras, um processo que começou há mais de 10 anos, inicialmente um jardineiro solitário, que insistia em achar aquela lagarta diferente das outras, que por ali circulavam.
A esse olhar, juntaram-se outros, ou melhor, outras, algumas lagartas também, outras que já se ensaiavam borboletas, algumas, borboletas completas que pairavam com suas cores. E, esses olhares, mostraram a aquela lagarta que insistia ser, que poderia ser diferente, que dependia dela a mudança. Mesmo que fosse pequena, mesmo que parecesse insignificante para o mundo.
E essa lagarta que se sentia tão tranquila no seu pequeno mundo. Que acreditava que ser lagarta era bom, percebeu que podia ser diferente...
Ontem, essa lagarta decidiu ser borboleta, e ainda, que timidamente, começou expor suas asas...
E, tudo isso, se deu, não graças a um/a predador, que atacou uma das que já eram borboletas. É dar muito poder a quem não merece. Mas, não dá para negar, que foi um fator reagente. Que fez lagartas encolhidas, deciderem virar borboletas e todas, abriram suas asas num lindo espetáculo de cores e vida no blog da Fernanda Reali.
E, eu se fosse você, iria lá ver, e quem sabe, abrir suas asas também...
Ah, claro, essa lagarta aqui, agora borboleta, quer mais, agora ela quer voar!